“Os filósofos do mundo
sempre pontificaram de cátedras confortáveis, mas nunca desceram ao plano da
ação pessoal, ao lado dos mais infortunados da sorte”. (Emmanuel)
Gostaríamos de apresentar algumas reflexões a respeito desse
assunto, muito embora Emmanuel já tenha contribuído para tal conforme suas
próprias palavras. Contudo, a favor do bom entendimento e da boa compreensão de
todos os que não pertencem à conflitante área acadêmica, ressalvadas as sempre
meritórias e dignas exceções, tentemos contribuir para a elucidação dessa
questão, talvez em definitivo – sem postular esta como sendo a última palavra –
e esclarecer porque Allan Kardec e Emmanuel não se enquadram nas definições do
título deste artigo. Bastaria dizer que ser filósofo, cientista ou religioso no
plano da Terra evocaria a adesão às profissões, ou atividades correlatas àqueles
campos de atuação, ou ainda a crenças e dogmas, onde quer que se situem.
Necessário lembrar ainda que vivemos num plano moral de
provas e expiações, o que delimita as nossas capacidades perceptivas, além de submetidos
às injunções reencarnatórias determinadas e limitadas pelo nível evolutivo. Todos nos situamos nessas condições descritas,
não obstante o livre-arbítrio como conquista inerente a cada um. Aqueles que já
superaram as injunções evolutivas são os portadores de estatura moral de alta
envergadura o que lhes possibilita uma visão ampla, inequívoca do que seja a
Criação de Deus, porque fomos criados e para onde a humanidade se encaminha; nessas
condições poderiam estar situados Allan Kardec, Emmanuel, bem como Bezerra de Menezes, Mahatma Gandhi, e muitos,
muitos outros que viveram o Evangelho de Jesus sem rotulagens humanas de
qualquer natureza, apenas pelo amor à sabedoria, e pelo respeito absoluto a
Deus, às suas Leis, e a Jesus de Nazaré.
Os grandes pensadores e filósofos, cientistas e religiosos
perpassaram pela Verdade, sem contudo alcançá-la ou compreendê-la, sequer se
aproximaram daquilo que somente o Espiritismo trouxe, no formato de doutrina, o
Conhecimento mais aprofundado sobre a Vida Real, princípios eternos e
imutáveis, numa linguagem acessível a todos, sobre a verdadeira existência do
Ser. Quem assessorou e contribuiu para o desenvolvimento desse trabalho no
plano terreno? O missionário do Bem, Hyppolite Léon Denizard Rivail, Allan Kardec.
Estava só neste imenso trabalho? Certamente que não, pois dezenas de Espíritos
ligados ao desenvolvimento do Conhecimento sobre a Terra e nas esferas
superiores da Existência estavam ao seu lado.
Não importa a época, não importam as escolas e os sistemas filosóficos
vigentes naquele momento, pois nem Kardec, nem Emmanuel posterior àquele, se
enquadraram ou se submeteram aos seus sistemas, por inverso, analisaram-nos sob
a lúcida compreensão do que significavam para os homens de seu tempo, fazendo
com que estes os superassem.
No programa do
CEFE-Centro de Estudos Filosóficos Espíritas, FILOSOFANDO, que vai ao ar
semanalmente pela TV Mundo Maior da
Fundação Espírita André Luiz, abordamos numa série de três programas a história
de Emmanuel conforme os seus próprios relatos e cujo link abaixo encaminha os
interessados a essas revelações feitas pelo próprio Espírito: http://www.youtube.com/user/tvmundomaior/search?query=filosofando
No mesmo link acima, bem como em nosso portal de estudos, www.filosofiaespirita.org os
prezados leitores e pesquisadores espíritas encontrarão a história do pedagogo espírita, Hyppolite
Léon Denizard Rivail, Allan Kardec, em
detalhes, no Seminário ocorrido em 2014 com base em seus mais eminentes biógrafos.
O bom espírita, aquele que preza a sua Doutrina, aquele que
procura preservar a inteireza textual do Espiritismo sem subvertê-lo com
conceituações meramente humanas e temporais sabe que o nosso entendimento se
ampliará à medida em que evoluirmos moral e intelectualmente, através do tempo.
No livro Ressurreição e
Vida, do Espírito Léon Tolstoi, médium Yvonne do Amaral Pereira,
encontramos uma frase bem interessante que transcrevemos: “...a Filosofia aqui (nos planos superiores da Existência),
apresenta-se com extensão inconcebível aos entendimentos humanos.” (1)
Como vemos, fazermos a leitura do Espiritismo bem como de
seus dignos representantes com a linguagem limitada da Terra seria diminuí-los
em sua grandeza e significado.
Melhor faríamos se levássemos o Conhecimento Espírita para as
academias para que estas sim pudessem contribuir para os valores ético-morais
humanos tão em defasagem naqueles ambientes, o que é altamente preocupante,
dada a sua população constituída em sua grande maioria por jovens.
Alguns poderiam perguntar: como então compreender o
Espiritismo? Respondemos: estudêmo-lo aprofundadamente em sua própria fonte,
sem ideias preconcebidas, sem pré-conceitos, sem conceitos pessoais e humanos,
procurando assimilá-lo em Espírito e Verdade, em Razão e Coração, em contínua
ligação com os Espíritos
Luminares – esta é a expressão que melhor os define – que o trouxeram para que
fossemos minimamente felizes neste plano de evolução conturbada, complexa e
triste, mas ao mesmo tempo grandiosa e promissora. Respeitá-los, é o mínimo que
nos compete fazer.
SONIA THEODORO DA SILVA, bacharelanda em Filosofia.
(1)
Ressurreição
e Vida, Léon Tolstoi/Yvonne A. Pereira, pg.100, ed. FEB, 2003. (o grifo da
citação é nosso).